De 1º de
janeiro a 30 de março, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) notificou 2.289
casos suspeitos de dengue na Paraíba, com 631 já confirmados para dengue
clássica e 129 casos descartados.
Os dados
constam do Boletim Epidemiológico de nº 5, segundo o qual foram registrados
quatro casos de febre hemorrágica da dengue, 17 de dengue com complicações e
dois de síndrome do choque da dengue já notificados, além de sete casos
notificados como óbito, sendo que um foi descartado e quatro continuam sob
investigação.
Conforme
o boletim divulgado nessa terça-feira (2) pela SES, o caso de óbito por dengue
descartado foi registrado em João Pessoa, enquanto os quatro casos em
investigação foram notificados nos municípios de Salgado de São Félix, Conde,
João Pessoa e Santa Rita. Os casos fechados como óbito por dengue ocorreram em
João Pessoa e Arara.
De acordo
com a gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, para uma
melhor análise da situação da dengue os 223 municípios paraibanos foram
divididos em quatro grupos, conforme indicadores de incidência, Índice de
Infestação Predial (IIP) e ocorrência de óbitos.
Ela
explicou que o grupo I é o chamado grupo de alto risco, que é o grupo dos
municípios que apresentaram óbito por dengue no período que este boletim
abrange, alta taxa de incidência em 2013, com o IIP maior que 3,9%. O grupo II
é o de médio risco, que são os municípios sem registro de óbito por dengue
neste período, além de IIP baixo (menor que 3,9%).
O grupo
III é o de baixo risco, sem óbitos por dengue e IIP entre 1 até 3,9% ou menor.
E por último o grupo IV, que é o de municípios silenciosos em 2013 para dengue,
ou seja, sem óbitos por dengue em 2013 e sem informação do IIP.
Segundo o
Boletim Epidemiológico, foram classificados como grupo I – alto risco os
municípios de Alhandra, Bayeux, Bom Sucesso, Brejo dos Santos, Cabedelo, Conde,
João Pessoa, Sapé, Araçagi, Araruna, Dona Inês, Solânea, Campo de Santana,
Damião, São João do Cariri, Catingueira, Emas, Maturéia, Patos, Santa Luzia,
São Mamede, Teixeira, Várzea, Diamante, Nova Olinda, Olho d'Água, Santana de
Mangueira, Santana dos Garrotes, Lagoa, Bernardino Batista, Bonito de Santa Fé,
Cajazeiras, Poço de José de Moura, Santa Helena, Santarém, São João do Rio do
Peixe, Santa Cruz, Água Branca, Imaculada, Juru, Manaíra, Itabaiana, Salgado de
São Félix, Itapororoca, Arara, Esperança, Remígio e Riacho de Santo Antônio.
“Os municípios de Catingueira, Nova Olinda, Lagoa, Arara, Teixeira, Dona Inês,
Santarém, Santa Cruz, Brejo dos Santos e Bernardino Batista.
“Eles
apresentam alta incidência de dengue nestas primeiras semanas epidemiológicas
avaliadas e isso significa um número maior de casos notificados, com alta taxa
de transmissibilidade da doença quando junto analisamos o IIP que nestes 48
municípios está acima de 3,9%”, comentou Talita.
Os
municípios classificados no grupo II – médio risco foram Aparecida, Baraúna,
Barra de Santa Rosa, Barra de Santana, Boa Ventura, Boa Vista, Bom Jesus,
Caldas Brandão, Casserengue, Catolé do Rocha, Caturité, Coremas, Cuité, Duas
Estradas, Itaporanga, Lagoa Seca, Malta, Mataraca, Monteiro, Nova Palmeira,
Pedra Branca, Piancó, Picuí, Prata, São João do Tigre, São José de Espinharas,
São José do Sabugi, Sertãozinho, Sousa e Uiraúna.
Segundo
Talita Tavares, esses municípios não apresentaram, nos últimos dois anos,
registro de óbito por dengue. Porém, neste ano de 2013 já sinalizam casos
notificados e positivos para o agravo e com o IIP caracterizando alerta para as
ações de campo da vigilância ambiental de forma a evitar o aumento da taxa de
transmissibilidade da doença.
“Essas
ações devem ser efetivadas de acordo com o Plano de Contingência de Dengue em
cada município, tendo ações que proporcionem efetivação do Manejo Clínico da
Dengue com utilização da Classificação de Risco, reorganização do fluxo das
notificações para melhor nortear as ações da vigilância ambiental, mobilização
social e envolvimento da comunidade e mídia”, disse.
Foram
classificados como grupo III – baixo risco, os municípios de Aguiar, Alagoa
Grande, Areial, Aroeiras, Bananeiras, Brejo do Cruz, Caiçara, Campina Grande,
Cubati, Desterro, Guarabira, Gurinhém, Jacaraú, Lagoa de Dentro, Lucena,
Mamanguape, Mari, Mulungu, Pirpirituba, Pocinhos, Pombal, Queimadas, Santa
Rita, São José dos Ramos, Soledade, Tavares e Triunfo.
Os demais
117 municípios paraibanos foram classificados como grupo IV - municípios
silenciosos em 2013 para dengue. Destes, 37 não apresentaram notificações no
ano de 2012/2013: Algodão de Jandaíra, Amparo, Areia, Barra de São Miguel,
Belém, Belém do Brejo do Cruz, Borborema, Cajazeirinhas, Capim, Carrapateira,
Curral de Cima, Curral Velho, Junco do Seridó, Livramento, Marcação, Matinhas,
Montadas, Monte Horebe, Natuba, Nova Floresta, Ouro Velho, Pedro Régio,
Puxinanã, São Bentinho, São Domingos, São Domingos do Cariri, São José da Lagoa
Tapada, São José de Caiana, São José dos Cordeiros, São Sebastião de Lagoa de
Roça, Seridó, Sossego, Taperoá e Umbuzeiro.
Mais uma
vez, Talita Tavares alertou os municípios sobre a importância da notificação dos
casos suspeitos de dengue: “Deve-se comunicar em até 24 horas a notificação de
casos suspeitos das formas graves de dengue ou óbitos à Secretaria Estadual de
Saúde e incluir no Sinan em até 7 dias. Além disso é importante repassar, da
forma mais ágil possível, os casos estratificados por local de residência ou de
infecção para subsidiar o direcionamento das atividades de controle de vetor do
município nas áreas de maior ocorrência de casos. Óbitos suspeitos da doença
devem ser investigados imediatamente pela equipe composta por vigilância e
assistência, usando o protocolo de investigação padronizado pelo Ministério da
Saúde, para a confirmação ou descarte e identificação e correção dos fatores
determinantes”.
Quanto à
assistência, ela ressaltou que todas as pessoas com suspeita de dengue devem
ser acolhidas e atendidas, independentemente de pertencer ou não à área de
abrangência. Para que este atendimento seja feito de forma adequada, todos os
médicos e enfermeiros da unidade devem estar capacitados para o manejo e
classificação de risco e a unidade deve seguir os fluxogramas de acolhimento da
pessoa com suspeita de dengue.
“No que
diz respeito à atenção básica, é importante acompanhar os pacientes atendidos
na própria unidade ou os pacientes do grupo I que foram atendidos nos serviços
hospitalares e contra-referenciados para as Unidades Básicas através de visitas
domiciliares diárias pelos componentes da equipe Saúde da Família até o sétimo
dia após o início dos sintomas”, observou.
FONTE:
Secom - PB